Projeto de Extensão – Tatuoca: preservação e digitalização do registro físico gerado entre 1957 e 2007

O Observatório Geomagnético de Tautoca (OGT) foi instalado pelo Observatório Nacional (ON) do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações na ilha de Tatuoca, baía do Guajará, Belém, em 1957. O OGT disponibiliza dados para a comunidade científica nacional e internacional, mas, a porção mais antiga deles (de 1957 a 2007) não está ainda em formato digital; portanto não podem ser aproveitados integralmente por esta comunidade.

A partir de 2015, o instituto alemão GeoForschungsZentrum (GFZ) tem apoiado a geração de dados digitais em tempo real no OGT, no padrão internacional dos observatórios. No entanto, os dados coletados durante os 50 anos que vão entre 1957 e 2007, ainda não foram tratados arquivísticamente nem traduzidos no meio digital.

Sendo informação pública de primeira importância nacional e internacional, este é um projeto que deve ter prioridade para as entidades guardiãs da Ciência e Tecnologia no nosso meio, pois tem a ver com atividades gerais no planeta que estão relacionadas com seu campo magnético e as condições de vida nele.

A Terra apresenta um campo magnético que pode ser dividido em três categorias quanto às fontes: (1) o geodínamo; (2) o campo crustal e, (3) o campo externo. Este último interage com as correntes ionosféricas, a magnetosfera e o vento solar (OLSEN N. et al, 2007).

O Campo Magnético Terrestre (CMT) pode variar em intensidade, direção, inclinação e polaridade ao longo de grandes períodos de tempo (variações seculares), devido a dinâmicas interiores do planeta. Estas variações permitem estudar e entender a dinâmica do planeta, incluindo a relação entre o magnetismo e a sustentabilidade da vida na Terra (STEVENSON J. D., 2003).

Compreender e monitorar o CMT é vital para o desenvolvimento científico, para proteger a sustentabilidade humana, e conservar a biosfera em geral. Por esta razão, foram instalados ao redor da terra vários observatórios geomagnéticos que permitem a produção de modelos globais do campo magnético, fundamentais para a pesquisa científica, a navegação, sincronização de satélites, as telecomunicações e a prospecção geofísica.

A importância particular do OGT se deve a três fatores principais: (1) estar no hemisfério sul onde a densidade de observatórios instalados é menor que no hemisfério norte; (2) estar localizado na zona de influência da Anomalia Magnética do Atlântico Sul (região de menor intensidade do campo magnético); (3) estar próximo ao equador magnético e ao Eletrojato Equatorial, faixa em que só há três observatórios magnéticos instalados na Terra. Portanto, a posição privilegiada de Tatuoca faz dele uma fonte única de dados para a calibração satelital entre outras aplicações mais.

Este projeto busca organizar e preservar sob técnicas arquivísticas científicas, o registro físico do Arquivo do OGT do período compreendido entre 1957 e 2007, para sua posterior digitalização, sob os requerimentos técnicos indicados pela Faculdade de Geofísica, o Observatório Nacional, e a Rede de Observatórios Mundiais. Para cumprir com este alvo se conta com a guia da Faculdade de Geofísica, por meio do convênio de Cooperação Científica entre o Instituto de Geociências (IGEOG) da UFPA, e do Observatório Nacional do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. Neste esforço e por meio deste projeto, se somam os recursos científicos e profissionais da Faculdade de Arquivologia, e a Pós-Graduação em Ciência da Informação, ambas do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas (ICSA).

Estado: Encerrado

Coordenador: Cristian Berrío Zapata

Colaboradores: Fernando de Assis Rodrigues e Gilberto Gomes Cândido